26 de nov. de 2011

Plural

Willian Guimarães
Não acredito em misticismo, mas há fatos do mundo que eu realmente não consigo explicar. Um deles refere ao meu aniversário. Desde criança, sempre o mês de agosto é o mês em que ocorrem fatos muito especiais na minha vida. Muitos dos meus primeiros foram nesse mês. Muitas das maiores lições da minha vida ocorrem nessa época. Surpresas que mexeram com meu coração. Presentes que a vida me dá. Chances de mudar e crescer. Secretamente, esperava essa mágica acontecer. Foi aí que surgiu o Plural no dia 19 de agosto, um dia depois de meu aniversário e, então, tudo mudou.

Desde então meus sábados tem sido de discussão, de pensamento, de estar com pessoas interessantes e cheias de vida, de viver momentos que foram gradualmente mudando o meu modo de perceber e viver o mundo. Eu sempre fui tão centrado nas minhas dores, tão voltado ao meu modo de perceber o mundo (tenho meus motivos pra ser assim) e fui aprendendo sobre suas histórias, suas caminhadas, suas dores e alegrias, tudo que as constituiu Com isso, crescemos e mudamos. Mas eu acredito que o ápice de tudo que foi conquistado foi nesse ultimo sábado.

Depoimentos, histórias contadas e lágrimas. Copos de refri pelos lados, pedaços de pizza, guardanapos, uma mala de roupas no centro da sala, tantas cores de camisas, tantas ideias, pensamentos e escolhas brotando, risos, comoção, piadas; Na cozinha, cigarros e conversas sérias, tons distantes, pessoas preocupadas, confabulando; Na cama estojos de maquiagem multicoloridos, batons, bases e pó compactos, apetrechos de maquiagens dos mais diversos em meio a maquinações, comentários irônicos de um humor tocante; no corredor, toalhas molhadas penduradas, roupas jogadas, brigas pelo banheiro e uma alegria e uma movimentação sem nome. Acompanhei tudo de perto até a hora do show. Sorri, fiquei tenso, repensei. Mais tarde, estive sozinho ali. Desci as escadas vermelhas e fiquei ali, em silêncio, contemplando o palco desse pequeno espetáculo. Me senti parte de algo muito especial, me senti dentro de uma bela família.

Somos plurais porque somos muitos, porque somos diferentes, porque queremos ser mais. Temos alma, pensamos unidos, juntamos ideias e corações por ideais. Pensamos de forma ampla, mas atuamos de forma objetiva. Não somos apenas conhecidos, rostos com os mesmos ideais, voltados na mesma direção. Somos amigos, uma família que a vida constituiu e que o tempo não pode apagar. Meu coração apenas tem a agradecer essas pessoas maravilhosas que cada dia que passam me fazem sentir ser parte de algo tão bonito e único no mundo.  Amo estar plural, amor ser plural e tudo que ganho, apenas tenho a agradecer a todos vocês!

Texto originalmente publicado no blog do Willian.

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